Por causa do tempo seco, que favorece a proliferação de fungos e ácaros, e pela baixa umidade do ar, que potencializa o acúmulo de poeira e poluição, o inverno acaba trazendo algumas doenças junto com o frio. Uma delas é a alergiaocular, um problema que atinge aproximadamente 20% da população brasileira, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
Sua principal forma de manifestação é a conjuntivite alérgica que, diferentemente das versões viral e bacteriana, não é contagiosa. Ainda assim, é importante ficar de olho, já que os sintomas são bem parecidos: vermelhidão, coceira, irritação, lacrimejamento, inchaço, desconforto e maior sensibilidade à luz.
Segundo Sergio Felberg, membro do CBO, normalmente os pacientes que desenvolvem esse tipo de alergia possuem quadros anteriores de rinite, sinusite ou dermatite alérgica. E os estopins para crises de todas essas encrencas costumam ser os mesmos – ácaro, mofo, perfume… “O primeiro passo a se tomar é evitar contato com as substâncias que causam irritação”, recomenda.
Algumas dicas práticas para evitar os gatilhos da reação alérgica são:
- Reduzir número de objetos que acumulam poeira com facilidade (roupas de cama, cortinas, bichos de pelúcia);
- Priorizar aspiradores de pó e panos úmidos para a faxina, dispensando vassouras e espanadores;
- Encapar colchões e travesseiros com material impermeável ou antialérgico e, sempre que possível, higienizá-los com água quente e, depois, deixar secando ao sol;
- Manter animais domésticos limpos e tosados;
- Eliminar vazamentos de água, já que favorecem o aparecimento de mofo;
- Fazer limpeza do ar-condicionado semanalmente;
- Manter a casa limpa, arejada e com exposição ao sol, a fim de evitar o acúmulo de ácaros.
O tratamento das alergias oculares
A dica do especialista para aliviar os sintomas é aplicar compressas de água mineral gelada sobre as pálpebras. “Se depois de 24 horas não houver melhora ou se aparecerem secreções nos olhos, o indivíduo deve procurar um oftalmologista. Ele provavelmente vai prescrever colírios antialérgicos, que em pouco tempo surtem efeito”, esclarece.
Fellberg também afirma que colírios lubrificantes podem ser usados em crises mais leves. Porém, em casos moderados ou graves, o médico vai precisar receitar antialérgicos mesmo.
Ou seja, converse com um profissional. “É importante que o paciente vá ao oftalmologista, principalmente caso não haja melhora, porque a conjuntivite pode ser alérgica ou contagiosa. E, sozinho, ele não consegue distinguir um quadro do outro”, avisa Fellberg.
Além disso, apesar da conjuntivite ser a forma mais comum de manifestação da alergia ocular, ela não é a única. E há quadros mais graves – ainda que raros – que podem até deixar sequelas permanentes na visão. Se o olho não para de coçar, melhor visitar o consultório.